Academia e Polícia Civil entregam 15 novos “carcarás” prontos para Operações Especiais

24 de novembro de 2023 - 21:06 # # # # # # # #

 

Foram três meses intensos. Em terra e no ar, superando adversidades no Ceará e em outros estados com doutrinas nacionais e internacionais, a turma foi vencendo uma rotina que transforma seres humanos em legítimos carcarás. A ave de rapina marcante no Nordeste brasileiro, especialista em marchas e em voos, simboliza e apelida os guerreiros do Curso de Operações Táticas Especiais (Cote), da Academia Estadual de Segurança Pública (Aesp/CE) e da Polícia Civil do Estado Ceará (PC-CE), concluído nesta sexta-feira (24), em Fortaleza.

A formação permite o aumento de quadros da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) da Polícia Civil cearense. Além de agentes da PC-CE, o Cote teve alunos de outras forças de segurança coirmãs do Ceará e de outros estados. Com alto padrão e demanda por eficiência e excelência, esse curso foi iniciado com 38 homens, mas menos da metade obteve conclusão. Somente 15 candidatos concluíram.

A solenidade de encerramento foi realizada no Espaço Cultural da Polícia Civil do Estado do Ceará, no Centro Integrado de Segurança Pública (Cisp), com a presença de autoridades e gestores das forças de Segurança Pública do Ceará. O secretário da Segurança Pública e Defesa Social, Samuel Elânio, reiterou o grau de complexidade da formação superada pelos concludentes. Diante de várias famílias de novos carcarás, o gestor reconheceu os méritos da turma. “Não é fácil. Foram três meses, 93 dias de ausência de casa, dos familiares, dos filhos, das esposas. Então, deixo um cumprimento especial a todos os familiares dos senhores”, disse o gestor.

“Não somente a Polícia Civil, as forças coirmãs e as outras instituições parceiras também vão ganhar esse efetivo. Todo o sistema de segurança ganha com a conclusão do curso. Vão ser missões árduas, os senhores sabem disso, mas são missões que só os senhores poderão cumprir. Não desmerecendo os demais, cada um dentro da sua atribuição e da sua competência, mas os senhores, hoje, são policiais concludentes diferenciados”, completou Samuel Elânio.

Curso é resultado de parceria entre Aesp e PC-CE. Era 24 de agosto quando quase 40 postulantes a carcará chegaram à Academia. Promovido em parceria com a PC-CE, o curso iniciava a terceira edição, a primeira em quase quatro anos. Trata-se de uma formação complexa, reconhecida em todo o país como uma qualificação de alto nível e de extremo grau de dificuldade teórica e prática.

Além das instruções na Academia cearense, os candidatos a carcará passaram pelo Rio de Janeiro e pelo Distrito Federal, onde receberam conteúdos práticos sobre doutrinas baseadas nos “Seals”, da Marinha dos Estados Unidos, ora empregadas pela Divisão de Operações Especiais (DOE) da Polícia Civil (PCDF) em Brasília, e nos Falcões, da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) da Polícia Civil fluminense.

O diretor-geral da Aesp, delegado Leonardo Barreto, elogiou os novos carcarás pelos obstáculos superados. “Trata-se de uma matriz curricular densa, complexa, com exigência de capacidades físicas e psicológicas absurdas. Tanto é que nós tivemos inicialmente 38 alunos e apenas 15 concludentes. Um curso – há de se destacar – concluído sem nenhuma intercorrência”, frisou.

“Aos grandes protagonistas, os 15 carcarás: muitos gostariam de estar onde vocês estão, muitos gostariam de alcançar o que vocês alcançaram, mas essas pessoas, ao saber o que vocês passaram, desistiriam antes mesmo de tentar. É um orgulho”, complementou o diretor-geral.

Novos carcarás serão lotados na Core da PC-CE

As instruções passaram também pelo sertão cearense, no município de Crateús, com o apoio do Exército Brasileiro, e também envolveu práticas envolvendo helicópteros e paraquedismo. Esses conteúdos capacitaram os alunos para missões diversas e de alta complexidade.

O delegado-geral da PC-CE, Márcio Gutierrez, atestou que os novos carcarás têm um objetivo muito claro. “Um grupo especial como o dos senhores, nos dias atuais, é fundamental para que consigamos fazer o enfrentamento ao crime, principalmente do crime organizado, em todas as suas frentes. Não foi uma missão que qualquer ser humano concluiria, isso é fato”, reconheceu.

Do Ceará, além dois escrivães e seis inspetores da Polícia Civil, a turma de concludentes tem um policial militar e um médico legista da Perícia Forense (Pefoce). Há também dois policiais penais e um policial civil do Rio Grande do Norte, um policial civil do Mato Grosso e um policial rodoviário federal.

Os oito policiais civis da PC-CE terão uma nova missão em breve. “Vocês são pessoas que merecem cada aplauso, cada agradecimento, porque a gente sabe que a missão não é para qualquer um. E vocês não qualquer um. É por isso que aqueles que são da polícia civil vão para a Core, porque a gente precisa de vocês lá”, avisou o delegado.

Curso formou homens para Operações Especiais

O carcará 45 é o policial penal Romulo Fernandes Beserra, do Rio Grande do Norte. Ele foi o orador da terceira turma do Cote, na solenidade de encerramento, no Cisp. “O curso chega ao fim, mas ainda continuamos o nosso curso mais importante, o chamado de Curso da Vida. Afinal, na vida, sempre estamos aprendendo e ensinando, agora com mais responsabilidades. Ser um homem de Operações Especiais não consiste em apenas ostentar um brevê; temos a tarefa de servir a sociedade de forma especial, dando o nosso melhor, desempenhando as tarefas mais árduas possíveis. E iremos cumprir a missão, pois somos os novos carcarás do Ceará”, exclamou o agente.

Também do Rio Grande do Norte, o policial civil Daniel Santos é o novo carcará 38. “Queria agradecer bastante ao Governo do Estado do Ceará e à Coordenadoria de Recursos Especiais pela promoção do curso. É um curso de muita qualificação, como vocês sabem, mas a gente passa por todas as etapas e todas as disciplinas se tornando bons profissionais. Meu objetivo era me tornar um profissional melhor, mais qualificado e cumprir essa missão de me tornar um operador especial”, explicou.