Aluna de Pós-Graduação da Aesp/CE é selecionada em Concurso Nacional e terá poesia publicada na Bienal do Rio e do Ceará

21 de fevereiro de 2025 - 08:56 # # # # #

 

A aluna do Curso de Especialização em Metodologia e Didática do Ensino em Segurança Pública (CEMDESP) – curso de pós-graduação que qualifica profissionais de segurança pública para a docência em cursos de formação inicial e continuada, promovendo a reflexão e a produção de conhecimento científico e filosófico – da Academia Estadual de Segurança Pública do Ceará (Aesp/CE), Maria Girlane Nobre de Souza, foi selecionada em um concurso nacional de poesia e terá sua composição publicada em livro na Bienal Internacional do Livro do Rio de Janeiro e do Ceará.

“Eu nasci poeta. Gosto do que faço e, nas horas vagas, escrevo”, disse Girlane, que também é servidora pública estadual na Coordenadoria de Saúde, Assistência Social e Religiosa (CSASR) da Polícia Militar do Ceará.

Sua trajetória com a escrita começou em 2020, após a morte de seu marido por câncer. Durante o isolamento social da pandemia, ela começou a escrever para lidar com o luto. “Comecei a escrever sobre o processo do luto que eu estava passando, sobre os 10 dias que passei na UTI com ele”, explica.

Seus textos, publicados no Facebook, ganharam reconhecimento e público, levando-a a participar do movimento Mulherio das Letras Ceará. Este coletivo literário feminista reúne cerca de sete mil mulheres, incluindo escritoras, editoras, ilustradoras, pesquisadoras e livreiras, tanto no Brasil quanto no exterior, com o objetivo de aumentar a visibilidade e a participação feminina no cenário literário.

Em janeiro do ano passado, Girlane participou de um concurso nacional de poesia, onde mais de 1.750 escritores poetas enviaram seus trabalhos. Sua poesia foi selecionada e publicada em um e-book pela Amazon. Além disso, o livro físico será lançado nas Bienais Internacionais do Livro do Rio de Janeiro e do Ceará. “Para mim, foi uma surpresa dupla porque eu não esperava essa repercussão. O lançamento será feito na Bienal”, conta.

A premiada poesia, inspirada no desejo de que seu marido ainda estivesse vivo, utiliza o outono como metáfora para a velhice e faz parte do livro “Folhas de Outono – Poesia em Quatro Estações”, publicado pela Lura Editorial. “Ao contrário da lagarta que vira borboleta, somos nós que, ao envelhecer, perdemos a pele jovem e ganhamos linhas de expressão, reflexos de nossas vivências diárias”, explica a escritora.

No livro, Girlane assina com o pseudônimo “Nega”, um apelido que carrega desde a infância. “É interessante que as pessoas aprendam a escrever sentimentos. Estamos numa sociedade muito fria e vulnerável. Escrever nos liberta e nos deixa leves”, reflete ela.

Inspirada, ela sempre carrega uma agenda e uma caneta. “Tudo o que eu vejo, eu transformo em poesia. Se estou inspirada, em 10 a 15 minutos, já tenho uma poesia pronta”, diz ela.

Para o futuro, Girlane sonha em dedicar-se integralmente à escrita. “Talvez quando me aposentar, eu faça letras para não ser uma intrusa no mundo dos escritores”, conclui.