“Passado, Presente e Futuro”: a trajetória dos sonhos de futuros profissionais da Segurança Pública
6 de setembro de 2024 - 11:42 #25° EPISÓDIO #Aesp/CE #formação aesp #Passado Presente e Futuro #PMCE
Edmundo Clarindo – Texto
Leandro Freire – Foto
Diariamente, ao entrar e sair desta Academia, o aluno-soldado João Marcos Pontes Maia Pires e os demais colegas do Curso de Formação de Soldados da Polícia Militar cumprem um ritual: hasteamento ou arriamento de bandeiras e a Canção da PMCE. O exercício está longe de parecer cansativo para ele. Ao cantar a obra que se faz hino da Gloriosa, o recruta está abraçando o passado familiar e o futuro militar.
Bisneto do major regente Cléobulo Maia, autor da música da Canção da PM, Maia se orgulha desse e de outros fatos que fizeram o militarismo e a PM cearense um caminho natural na vida dele.
A trajetória do aluno-soldado é o tema desta edição do conteúdo especial Passado, Presente e Futuro!
Passado humilde, mas com um legado singular
Não foi fácil. Na casa do aluno-soldado Maia, em Fortaleza, riqueza nunca existiu senão em amor e em união. “Minha familia teve origem humilde, muito humilde mesmo. Venceram na vida pelos estudos”, resume.
A vontade de seguir carreira militar sempre foi clara para ele. Contrariedade na família nunca ouve, apesar das cobranças por estudo. E foi assim, com um pé no militarismo e outro pé no ensino superior, o início da trajetória do futuro policial militar.
“Minha mãe sempre quis que eu fizesse faculdade. E eu sempre tive vontade (militarismo), sempre admirei a polícia. No ensino fundamental e médio eu não pensava en fazer faculdade, eu queria servir”, relembra. E assim, com muito sacrifício, ele entrou para o Exército e cursou Engenharia de Produção aos fins de semana. Foram dois anos verde-olivas, incluindo engajamento e curso de cabo, até que outro caminho se abriu: concursos públicos. “Aquele contato só aumentou a minha vontade de virar policia”, reitera.
Com dois primos policiais militares no Ceará, ambos lotados no Batalhão de Choque, já seria fácil entender como o Maia pode ter tido exemplos na família para se sentir atraído pela Gloriosa. Mas a relação era bem mais antiga. Entre 1954 e 1959, o bisavô dele, major regente Cleóbulo Maia, fez parte da Banda da PMCE. E foi esse músico o autor da Canção da PM, com letra de Filgueiras Lima. Enxergar da Polícia Militar como destino era natural.
“Não que eu não gostasse da Polícia Civil ou da Polícia Rodoviária Federal, mas eu tinha identificação maior pela PM porque eu gosto do militarismo. Gosto dos hinos, formaturras, ordem unida. Depois do contato que eu tive no Exércitom aumentou ainda mais a vontade”, dimensiona.
Realizar sonho é um presente
Se não foi fácil no passado, para o Maia, o presente também foi difícil.*
Ao sair do Exército ele passou a se dedicar para concursos. Não era comum haver concursos para a PMCE em anos seguidos, mas o aluno-soldado teve essa sorte. No concurso anterior ele passou na prova, mas foi reprovado no teste físico.
“Eu ia parar, já estava há seis anos estudando. Parei para refletir, não ia jogar seis anos no lixo”, explica. Em paralelo, ele fez o concurso da Polícia Civil, mas fiquei reprovado por uma questão. “Já tinha batido na trave em outros concursos”, complementa.
Com a aprovação e a convocação desta Academia no certame seguinte, enfim, o Maia começou a tornar realidade o que sempre quis. “Eu estou aqui realizando um sonho. Não me vejo atuando em outra área. Gosto muito dessa área. Não trocaria por nada, por mais que eu pudesse passar em cargo melhor em outra área”, sublinha.
Maia, hoje, está prestes a completar 28 anos. O fato de ser bisneto do autor da música da Canção da PM ele soube por volta dos 15 anos. “Eu era adolescente quando eu tive esse conhecimento. Minha avó sempre falava muito dele. Eu tinha essa informação, mas não tinha a real noção. Não tinha a dimensão. Hoje, estando aqui, vejo o quão é importante. É uma tradição aqui, na Aesp, no arriamento e no hasteamento, cantar o hino da PM”, destaca.
A fase de formação nesta Academia tem sido marcante para ele. “Aqui tem a melhor estrutura. Além da estrutura física da Aesp, que dá suporte, tem instrutores qualificados”, elogia o aluno-soldado.
Outro ponto que trouxe entusiasmo a ele foi a relação com alunos de outras formações, como Polícia Civil e Perícia Forense, além de professores igualmente de outras forças, como o Corpo de Bombeiros. “Uma hora ou outra, a gente (PM) vai precisar (do conhecimento de um bombeiro) numa APH, num socorro. Achei muito importante essa educação integrada”, expõe.
Oficialmente falando, o que será do Maia no futuro?
Dedicado ao extremo no presente, Maia é ainda uma interrogação quando o assunto é o futuro, embora a PM seja um caminho certo. Ele pretende seguir carreira na Gloriosa, a exemplo dos primos e do bisavô, sempre evoluindo e se desenvolvendo como pessoa e como profissional.
Curso de Formação de Oficial? Quem sabe…