“Passado, Presente e Futuro”: A trajetória dos sonhos de futuros profissionais da Segurança Pública
22 de março de 2024 - 09:09 #Aesp/CE #formação aesp #Passado #Passado Presente e Futuro #PCCE #polícia civil #Presente
Elis França / Leandro Freire – Texto
Cristiano da Silva / Leandro Freire – Fotos
A Academia Estadual de Segurança Pública do Ceará (Aesp/CE) conta o passado, o presente e o futuro de Claudio Montenegro, um aluno com idade mais avançada do Curso de Formação de inspetor da Policia Civil.
Usar o distintivo da Policia Civil do Estado do Ceará no peito, representa um compromisso inabalável e continuo em busca da verdade, da justiça e da garantir a segurança da população cearense com braveza, honra e responsabilidade.
Mas o caminho até lá, já requer muita determinação, compromisso e mentes fortes, muito antes de usá-lo com honra.
A Academia Estadual de Segurança Publica do Ceará (Aesp/CE), apresenta a historia de Claudio Montegro, um dos alunos com idade mais avançada do Curso de Formação de Inspetor da Policia Civil do Ceará. Para o futuro inspetor, não existe barreira quando se tem disciplina.
Montenegro está escrevendo um novo capítulo em sua biografia. Deixou no passado a carreira de direito e corretor de imóveis, para viver o presente como aluno da Aesp/CE e, no futuro, ser da Policia Civil do Ceará.
PASSADO
Desde a infância, o fascínio do jovem Claudio Montenegro pela polícia florescia, substituindo os gibis infantis por livros policiais. Essa paixão foi nutrida pela leitura de obras de Agatha Christie, despertando nele um interesse profundo pelo universo policial. “Comecei a pegar alguns livros de literatura de cunho policial da escritora inglesa Agatha Christie. Eu lia o livro ‘O Caso dos Dez Negrinho’ e o ‘Expresso da Meia Noite’, então isso foi aflorando em mim aquela coisa de polícia”, relembrou Montenegro.
Apesar de descobrir desde cedo o amor pela área policial, a vida não encurtou o caminho até lá. Ele relata: “Foi aos 14 anos de idade que ingressei nos quadros do Banco do Brasil AS. Lá eu exercia a função de menor aprendiz de serviços gerais e, aos 16 anos de idade, fiz o meu primeiro concurso. Minha rotina era ir para o colégio de manhã e à tarde dava experiência no banco.”
Enquanto os anos passavam, Montenegro parecia ficar mais distante do sonho de infância: atuar na área policial. Ele saiu do banco e passou 15 anos imerso na advocacia e no mercado imobiliário, mal imaginava ele que uma reviravolta estava prestes a acontecer. “A pandemia foi a mola propulsora para que eu tomasse uma decisão e dissesse assim: não, eu não quero isso para mim. Porque eu estava realmente numa situação financeira muito difícil, o lado pessoal também e até o de realização profissional. Comecei a olhar para trás e dizer o que foi que eu fiz até agora? Qual foi o patrimônio que eu constituí, tirando meus filhos, que é o meu maior patrimônio? Pertence aos meus filhos. O que foi que eu fiz? Aí eu resolvi estudar para PCCE”, recorda o futuro policial.
VOLTAR ESTUDAR AOS 50 ANOS DE IDADE
Em meio ao pior momento de sua vida, em 2020, Montenegro, aos 50 anos, tomou a decisão de estudar para o concurso da Polícia Civil do Ceará. Foi no dia 8 de março de 2021, no Dia Internacional da Mulher, que essa escolha foi feita. “Lembro que tomei essa decisão que iria mudar a minha vida, no dia 8 de março de 2021 no Dia da Mulher.”, recorda.
UM LIVRO DOADO, UM CELULAR, MUITA VONTADE E MUITA FÉ
Com apenas um celular para assistir aulas gratuitas na internet e um livro Vade Mecum desatualizado emprestado para o concurso, Montenegro encontrou suas armas para o acesso até a aprovação. Em apenas seis meses de estudo, dedicando doze horas por dia, ele conseguiu realizar seu objetivo.
Ele destaca que teve o apoio essencial da sua família, e principalmente do inspetor da PCCE, Dalton Felipe, pelo apoio durante todo o processo. “o inspetor da PCCE Dalton Felipe é uma pessoa que vem acompanhando a minha trajetória, um cara que deu muita força e que tive um apoio muito grande”, recorda.
Apesar das dificuldades e limitações, Montenegro conseguiu superar as adversidades e alcançar seu objetivo. “Durante o estudo eu senti a presença de Deus, porque eu tinha relato de gente que tava estudando há muito tempo e com a logística boa de computador, de cursos caros, e não conseguiram, e eu em seis meses, consegui.” relembra emocionado.
PRESENTE
Os estudos continuam atualmente na biblioteca da Academia Estadual de Segurança Pública do Ceará (Aesp/CE), um ambiente que era um sonho para ele. Com a aprovação, ele está mais perto de ser inspetor da PCCE e agora está vivendo a experiência de treinos e aprendizado em uma nova família, os alunos do G5, o coordenador e o monitor do curso. “Aesp/CE se tornou minha segunda casa. O curso está exigindo disciplina, mas fico impressionado com o acolhimento que recebemos aqui na Academia, com a dedicação do coordenador James e do monitor Erik. Além disso, os professores são muito bem selecionados.”, pontua.
FUTURO
Sem esquecer daqueles que o apoiaram nos momentos mais fáceis da vida, o futuro inspetor, Motenegro, expressa sua gratidão à sua então esposa, seus filhos Maria Clara e Aldir Neto, e ao inspetor Dalton Felipe, que emprestou o livro para que ele pudesse estudar.
Motenegro aguarda com ansiedade o seu primeiro dia de trabalho na Polícia Civil do Ceará. Com a mesma determinação com que estudou, ele deseja exercer sua profissão com orgulho e dedicação, com novos sonhos de se tornar um delegado. A idade é apenas um número!
“Eu me vejo dentro da Polícia Civil. Estou aqui para exercer com muito esmero, com muito zelo essa chance a oportunidade que Deus me deu já nessa idade”, finaliza.
Não Desista, Nunca É Tarde
O futuro policial civil conclui sua história deixando uma mensagem de encorajamento para todos que estão começando, seja na Aesp ou em qualquer outro lugar. “Não desista dos seus sonhos, é um desejo com certeza e a fé em Deus é imprescindível. Não foi por acaso que Eu senti a força de Deus, e Ele é maravilhoso. Ele pode tardar, mas nunca falha”.