Aesp promove Curso de Papiloscopia para servidores da Pefoce

10 de setembro de 2019 - 16:33 # # # #

 

Papiloscopistas que atuam na Coordenadoria de Identificação Humana e Perícias Biométricas (CIHPB) da Perícia Forense do Ceará (Pefoce) e papiloscopistas da Polícia Federal no Ceará, participam até o próximo dia 30, de Curso de Papiloscopia, promovido pela Academia Estadual de Segurança Pública (Aesp/CE).

A capacitação iniciou, nesta terça-feira (10), com uma palestra da chefe do Grupo de Identificação da Superintendência da Polícia Federal no Estado do Ceará, Ranna Rebouças Allen Palácio – que foi uma das profissionais que atuou na perícia papiloscópica do furto ao Banco Central de Fortaleza.

Presente no evento, o perito geral da Pefoce, Ricardo Macedo, destacou a importância da capacitação. “O trabalho de levantamento de papiloscopia é fundamental não só no local de crime, como também na CIHPB, então é imprescindível esse tipo de renovação, de atualização, porque com os avanços da tecnologia, tudo muda, tudo é novo, tudo é moderno, e com certeza um curso desses é fundamental não só para o conhecimento daqueles que já estão no dia a dia nesse trabalho, mas para que outros peritos também possam ter acesso a essas ferramentas para usar no local de crime, ou em outra qualquer atividade da Polícia Científica do Estado do Ceará”, pontuou o perito geral.

O curso, que tem uma carga horária de 60 horas/aula, possui uma matriz curricular diversificada e visa aperfeiçoar os conhecimentos teóricos e práticos necessários aos profissionais que trabalham com a ciência que estuda a identificação humana por meio das papilas dérmicas. Serão ministradas disciplinas de técnicas de revelação de impressões papilares; fotografia forense aplicada a papiloscopia; técnicas de decalque de impressões papilares; coleta, acondicionamento e transporte de materiais; confronto papiloscópico e busca de restos mortais, além de estágio supervisionado.

“Na Pefoce nossas áreas de atuação passam pela identificação civil, identificação criminal, identificação necropapiloscópica, as atividades do arquivo de prontuários civis, e agora mais recentemente, o laboratório de identificação de desconhecidos. Então, o curso vai ser bem abrangente, vamos trabalhar desde os vestígios papiloscópicos nos locais de crime, até a coleta de impressões digitais no cadáver para a identificação necropapiloscópica”, explica o auxiliar de perícia Felipe Moura, que também é coordenador do curso e supervisor do Arquivo Onomástico da CIHPB.

No Ceará, o método de identificação humana por meio de impressões digitais tem contribuído efetivamente na localização de pessoas e na solução de crimes. Recentemente, a SSPDS divulgou o caso de um foragido da justiça que deu entrada no Instituto Doutor José Frota (IJF), após ser baleado, durante um assalto cometido em Maracanaú e para que não descobrissem a sua verdadeira identidade, o homem deu o nome de outra pessoa, mas foi descoberto pelos profissionais do Laboratório de Identificação de Desconhecidos e Desaparecidos (LIDD) da Pefoce.

Saiba mais
A Coordenadoria de Identificação Humana e Perícias Biométricas (CIHPB) possui três laboratórios especificamente para a papiloscopia e suas distintas aplicações. Casos referentes a perícias papiloscópicas de diversas naturezas são tratados pelo Laboratório de Impressões Papiloscópicas (LIP), onde realizam o levantamento de impressões digitais latentes em objetos encaminhados pelos peritos da Coordenadoria de Perícia Criminal (Copec) ou autoridades policiais. Servidores que atuam no LIP realizam perícia externa papiloscópica em locais de crime onde existe a necessidade de busca por impressões digitais.

Já o Laboratório de Identificação Necropapiloscópica (LIN) faz a identificação de todos os corpos que dão entrada na Coordenadoria de Medicina Legal (Comel). A averiguação é realizada por meio do confronto papiloscópico da impressão digital do cadáver com a impressão digital do documento fornecido pelos familiares e/ou informações biométricas contidas no banco de dados. O trabalho também permite a identificação dos pacientes doadores de órgãos.

Existe também o Laboratório de Identificação de Desconhecidos e Desaparecidos (LIDD), cujo trabalho consiste na identificação de pessoas que dão entrada em hospitais ou abrigos sem documento de identificação ou desorientados/com a saúde debilitada. São coletadas as digitais destas pessoas e levadas para análise e confronto no banco de dados da Pefoce. O trabalho facilita verificar nome, endereço e parentes destas pessoas desconhecidas e funciona desde 2015, resultado de uma iniciativa pioneira entre a Pefoce e o IJF. Após o reconhecimento do sucesso, o projeto foi ampliado para os demais hospitais públicos do Estado.