Mulheres que se destacam no sistema de Segurança Pública do Ceará

8 de março de 2019 - 18:38 # # # # # # # #

 

“A presença das mulheres em todas as forças de segurança, sejam as militares (PM e CBM), sejam as civis (PC e Pefoce), representam um grande diferencial na qualidade dos serviços que prestamos. As mulheres possuem características que as põem em destaque na atividade policial. Em regra, são mais detalhistas e observadoras”, declara o titular da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), André Costa, dando início às comemorações pelo Dia Internacional da Mulher (8 de março) na instituição. A fala do Secretário da Segurança reflete a valorização da mulher nas atividades desenvolvidas pelo sistema de Segurança Pública do Estado e o crescimento da presença feminina nos quadros das instituições de segurança.

Diariamente, quase 2 mil mulheres saem de suas casas com um único objetivo: salvar vidas. São bombeiras, peritas, policiais civis e militares e servidoras civis que encontraram nas forças de segurança do Ceará espaço para ascensão profissional e se tornaram exemplo de superação. A presença feminina tem se tornado cada vez maior em funções estratégicas, em cargos de gestão e de destaque. As mulheres que fazem a segurança pública do Ceará participam da elucidação de crimes, atendem ocorrências, ministram aulas e, antes de tudo, doam suas vidas em prol da segurança de outras pessoas. Atualmente, essas mulheres compõem os quadros da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), das Polícias Civil e Militar do Estado do Ceará (PCCE) e (PMCE), do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Ceará (CBMCE), Perícia Forense do Estado do Ceará (Pefoce), da Academia Estadual de Segurança Pública do Estado do Ceará (Aesp) e da Superintendência de Pesquisa e Estratégia de Segurança Pública (Supesp).

Elas atuam na elucidação de homicídios, na formação de novos policiais, em resgate a vítimas de acidentes, em perícias técnicas, no combate a incêndios, no apoio aos colegas de profissão e no que mais for preciso. Para explicar melhor o impacto causado pela presença feminina nas vinculadas e coordenadorias da SSPDS, escolhemos sete personagens que vivenciam de perto o que significa ser uma agente de segurança feminina em território cearense.

Voar e proteger

Lívia Marinho de Carvalho Galvão, mais conhecida como capitã Lívia, é policial militar há 13 anos, mas há sete é integrante dos quadros da Coordenadoria Integrada de Operações Aéreas (Ciopaer) da SSPDS. Ela faz parte do seleto grupo de oito mulheres que atuam nesta importante coordenadoria.

A capitã fala com orgulho da carreira que resolveu seguir. “Falar da minha profissão é ressaltar que gosto do que faço. Tenho prazer em trabalhar todos os dias. Para definir meu trabalho eu precisaria juntar vários bons sentimentos”, afirma a capitã. Ela ainda mandou um recado para outras mulheres que gostariam de ingressar no sistema de segurança pública. “Nada é impossível para um sonho se concretizar. Sonhar já é o passo inicial, e não há limites para ninguém”, ressaltou Lívia.

Na perícia

Perita criminal, coordenadora de Análises Laboratoriais Forenses (Calf) da Perícia Forense do Ceará (Pefoce), mestre em Química, Manoela Chaves Loureiro Cândido, se apresenta com o perfil de uma mulher independente e focada em conquistar seus objetivos. Ela ingressou na Pefoce em 2013. “Eu sempre quis perícia e já na faculdade eu já tinha escolhido que seria perita (…). Quando eu vi que tinha essa possibilidade de pegar a ciência exata e aplicar em prol da sociedade, eu achei sensacional e pensei ‘é isso aqui que eu quero’”, enfatiza.

Manuela explica ainda que a perícia tem várias áreas de atuação. “E em todas elas, nós mulheres temos a mesma habilidade e competência dos homens para desempenhar. É sempre gratificante encontrar uma mulher por onde a gente passa exercendo qualquer função que ela escolheu e batalhou para ter”, finaliza ela.

Patrulhamento ostensivo

A sargento Crislene Kelly, policial militar há 24 anos, é um exemplo de perseverança e dedicação. Ela faz parte da primeira turma de mulheres que entraram na instituição. Crislene, graduada em enfermagem pela Universidade Estadual do Ceará (Uece) e especialista em Urgência e Emergência, já trabalhou na Companhia Feminina, no Hospital da Polícia Militar, na Diretoria de Finanças, no Gabinete do Comando Geral, no Gabinete do Comando Geral Adjunto, na Penitenciária Regional de Sobral, entre outros. Atualmente é lotada na Assessoria de Policiamento Comunitário.

A policial militar relembra a trajetória percorrida e manda um recado para as mulheres que pretendem seguir a carreira militar. “Hoje, se uma mulher realmente quer seguir a carreira militar, ela só precisa ter força, foco e conquistar o seu lugar sabendo que ela pode. Não apenas homens, mulheres podem! Podem ser exatamente o que quiserem ser”, ressalta Crislene.

Salvar vidas

Isabel Cristina Marques de Almeida é tenente do Corpo de Bombeiros Militar (CBMCE), desde 2016. Ela possui graduação em Serviço Social e é especialista em Segurança Pública. A bombeira possui cursos especializados em Busca e Resgate em Estruturas Colapsadas e Salvamento em Altura. Atualmente trabalha na 1ª Cia do Batalhão de Busca e Salvamento (BBS). A tenente afirma que sempre quis trabalhar na área da segurança pública. Ela afirma ainda que é muito prazeroso quando a população reconhece o seu trabalho. “Quando estamos em ocorrências, a população se aproxima, agradece. Isso enobrece o nosso trabalho”, diz ela. E ao ser questionada sobre o papel da mulher, ela é categórica: “Nós mulheres podemos chegar aonde quisermos ir, desde que tenhamos determinação e muita força de vontade”, afirma.

A investigação e a aproximação com a população

Arlete Gonçalves Silveira, é delegada de Polícia Civil há oito anos. Ela já passou por diversas delegacias na Capital e no Interior do Estado. Atualmente é titular da 12ª Delegacia do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), responsável pelas investigações referentes a pessoas desaparecidas. Para a delegada, a função é um grande desafio. “Eu sempre trabalhei com assessoria jurídica popular, então, sempre gostei desse contato com a comunidade. Eu considero o trabalho policial um dos trabalhos mais humanos que existem, e isso me encanta muito. É um trabalho que tem atendimento, tem contato. O delegado de polícia tem de gostar de pessoas, ter paixão pelo trabalho e pelo ser humano”, afirma Arlete.

No ensino

Ivana Coelho, delegada de Polícia Civil, atualmente é diretora de Planejamento e Gestão Interna da Academia Estadual de Segurança Pública (Aesp). A delegada conta que conseguiu realizar dois sonhos: ser delegada e atuar na área de ensino. Ela explica que sempre quis trabalhar na área policial e conseguir conciliar com a área de ensino foi uma grande conquista. “Participar da formação e da educação continuada dos policias me motiva a querer fazer sempre mais. Eu tenho muito orgulho de sair para trabalhar todos os dias. Saio sempre pensando em fazer o meu melhor. É muito recompensador quando a gente conquista os nossos sonhos, quando a gente enfrenta as dificuldades e reafirma o nosso desejo de estar onde a gente quiser”, finaliza.

Nos indicadores de segurança

Andréa Sousa Martins é gerente de estatística de geoprocessamento da Superintendência de Pesquisa e Estratégia de Segurança Pública (Supesp). A estatística conta que é apaixonada pela área que atua. Ela afirma ainda que trabalhar com segurança pública é bem desafiador e muito dinâmico. “O trabalho é complexo, mas traz o prazer de saber que eu contribuo na transparência da informação gerada pela Supesp. O nosso trabalho reflete na vida de outras pessoas, e isso é muito gratificante”, reflete.