Dia do irmão: parceiros na vida e na profissão

5 de setembro de 2021 - 07:19 # # # # # # # #

 

Aesp comemora o Dia do Irmão contando histórias de alunos e colaboradores

Neste 05 de setembro, Dia do Irmão, a Aesp conta a história dos alunos que são “cangas* naturais” e além de dividirem o laço sanguíneo, os pais e as memórias da infância, agora dividem também esta importante etapa de formação profissional e o desejo de ingressar na segurança pública do Ceará.

Irmãos Viana

Lucas de Sena Sales Viana (30) e Vinícius de Sena Sales Viana (27) são alunos da terceira turma do Curso de Formação Profissional para a carreira de Praças do Corpo de Bombeiros Militar (CFPCPBM) e contam que o concurso para ingresso no CBMCE foi o primeiro e único certame que eles tentaram na vida, influenciados pelo pai, que é oficial do Corpo de Bombeiros, o major Viana.

“A minha inspiração de ter feito o concurso foi pelo meu pai, sou muito apegado ao meu pai desde pequenininho, e a gente é muito parecido em questão de afinidade, então assim, foi muito natural fazer o concurso dos bombeiros, até por ter vivenciado a vida toda a atuação do meu pai… Sempre que íamos ao Quartel, a gente via que todo mundo gostava dele, elogiava ele… E também a inspiração na questão moral, na questão ética”, conta Lucas, ou melhor Aluno Viana, que ficou com o “nome de paz” do pai.

Eles explicam que quando foram convocados para o CFPBM na Aesp, já tinham profissões consolidadas em outras áreas – Lucas é profissional de educação física e Vinícius doutorando em Engenharia Agrícola – mas mesmo assim, decidiram seguir os passos do pai e começar a nova rotina militar.

“Meu pai é bombeiro militar e se aposentou agora, há pouco tempo, então na nossa casa é muito comum essa cultura militar e essa educação mais rígida, e, além disso, a gente estudou a vida inteira no Colégio dos Bombeiros, eu estudo desde a Creche Castelinho Vermelho, que é ao lado do Quartel Central, o Lucas estuda desde a fundação do Colégio, só aí foram mais de dez anos estudando em um regime de escola militar”, justifica o aluno Vinícius.

“Eu imagino que seja um chamado inconsciente a questão de salvar vidas. No meu trabalho, como educador físico, às vezes as pessoas chegam a mim com o psicológico meio abalado, normalmente fragilizadas, e eu tento fazer um trabalho de levantar a pessoa, e isso combina muito com a questão do bombeiro, porque você vai estar em um momento de dificuldade da pessoa, e isso pra mim é tranquilo, eu ver uma pessoa em dificuldade e oferecer minha mão para ela. Eu não tenho ainda a técnica, mas o espírito e o psicológico para ajudar as pessoas, eu acho que a gente já tem”, completou Lucas.

Cangas dentro e fora da Academia

Na rotina do Curso de Formação, a relação dos dois é de parceria dentro e fora das salas de aulas. “A gente não mora juntos, mas a gente vem e volta todo dia juntos. Eu passo de moto pego ele e aqui a nossa sala é vizinha uma da outro… A gente se ajuda muito em todas as questões. Eu ajudo muito o Vinícius na questão da parte física e alimentar, e ele me ajuda muito com coisas mais técnicas. “Lucas tem um bizu aqui, Lucas olha o edital”, ele sempre me orienta muito nessa questão. Ele é muito parecido com o meu pai, ele é muito ansioso, muito preocupado, então, assim tudo o que ele sabe, ele já me manda”, revela Lucas.

“Com certeza eu acho que eu não estaria aqui, se não fosse a presença do meu irmão, porque eu sinto que ele me dá muita força… Apesar de a gente ter uma certa vivência profissional , é como se a gente tivesse reiniciando tudo e às vezes é muito difícil você ter que recomeçar tudo, sair de uma zona de conforto e apostar em uma nova profissão. Não é nem uma profissão, é realmente um estilo de vida. Meu pai sempre dizia que quando a gente é bombeiro, a gente é em tempo integral, depois que tirou a farda você continua sendo bombeiro. Então, é muita pressão psicológica, física, mas com a força dele eu consigo superar os obstáculos e a gente espera chegar juntos ao final”, destaca Vinícius.

Em relação aos estudos, o jovem doutorando elogia o aparato encontrado na Academia Estadual de Segurança Publica. “Eu acho que é importante eu ressaltar que eu já passei por muitas universidades do Brasil inteiro, e eu percebo que essa experiência de agora não é muito diferente de toda a experiência acadêmica que eu venho tendo. A mesma qualidade de estrutura, a mesma qualidade de ensino, o padrão de professores, do nível das instruções, elas estão bem equiparadas com relação a isso. Essa questão me surpreendeu muito, porque eu achei que fosse encontrar um cenário diferente e para mim aqui é como se eu estivesse dentro de uma Universidade, tirando claro, a parte da ordem unida, da disciplina…  E o que nos surpreendeu também foi o teor e o conteúdo das disciplinas. A gente vê muita disciplina de Direitos Humanos, essa questão da diversidade cultural, da diversidade de gênero, temas que são bem atuais e que estão sendo passados de maneira tão leve, tão cuidadosa”, pontuou Vinícius.

Irmãos Monteiro

Casa de Ensino e de múltiplas vivências, a Aesp também é cenário da história dos irmãos Monteiro, que são colegas de trabalho. Tenente Wagner é lotado na Célula de Formação Continuada e cabo Monteiro na Assessoria Jurídica, além de atuarem como instrutores e monitores em cursos na Academia.

Assim como na história dos irmãos Viana, a escolha profissional do Cabo Monteiro também teve como inspiração a influência familiar.

“Com certeza meu irmão foi uma inspiração para mim. Desde criança quando ele saía para trabalhar eu observava o fardamento dele e já tinha muita vontade de entrar na Polícia Militar”, declarou o irmão caçula.

Wagner, que já é policial militar há 30 anos, revela o orgulho de ter o irmão caçula dividindo a profissão. “Trabalhar junto com o irmão mais novo é muito satisfatório! É sempre bom e muito gratificante ter um familiar por perto, alguém para conversar, aconselhar, ser aconselhado, compartilhar a rotina”, revelou o oficial.

 *Canga: Termo militar que significa parceiro, colega, companheiro.